A revista Veja publicou neste sábado (22) uma reportagem sobre a prisão, na década de 90, do candidato à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, do PRB. Segundo o inquérito, ele, com homens armados, tentou desalojar, com ameaças, um homem e a família dele de um terreno da Igreja Universal. Crivella confirma a ação, mas nega que tenha feito ameaças. E diz que não houve prisão, mas ida à delegacia para identificação, um ato, segundo ele, para constrangê-lo e que, por isso, na época processou o delegado por abuso de poder. Segundo a revista, o inquérito ficou desaparecido por 25 anos.
Nas imagens divulgadas pela revista, o candidato aparece de frente e de perfil, em duas fotos tiradas na 9ªDP (Catete) no dia 18 de janeiro de 1990. Segundo a reportagem, Crivella passou o dia na prisão e só saiu com o compromisso de voltar no dia seguinte. O inquérito policial estava guardado há 25 anos, mas não estava em um arquivo público, e sim na casa do senador. A revista diz que ele só decidiu mostrar o inquérito depois de ser confrontado com as fotos. A investigação policial tem 117 páginas.
Os fatos narrados no inquérito aconteceram em uma rua do bairro de Laranjeiras, onde existia um terreno comprado pela Igreja Universal do Reino de Deus para a construção de um templo. Na época, Crivella era um engenheiro que construía os templos da Universal. Ele teria ido até o local e a confusão começou.
A revista Veja traz as diferentes versões contadas à polícia. O vigia Nilton Linhares, que morreu em 2001, reivindicava a posse do terreno. No inquérito, o advogado dele diz que Crivella foi até o local com seus comandados, chegou arrombando o portão com um pé de cabra e seguranças armados de revólveres, ameaçando toda a família do segurança, esposa e duas filhas. Segundo a revista, foi então que a polícia teria sido chamada.
Na reportagem, o candidato confirma que foi até o local. "Estava revoltado, acordei de manhã, peguei os caminhões que a gente tinha e fui pra lá. Arrebentei aquela cerca, entrei lá dentro, comecei a tirar as coisas dos caras e botei em cima do caminhão. Mas não toquei nas pessoas. Tinha uns 10 homens comigo", afirmou.
Até a última atualização desta reportagem, Marcelo Crivella não havia dado entrevista para esclarecer o episódio e optou por gravar um vídeo nas redes sociais dando sua versão e negando a prisão.
Fonte: revista Veja
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